segunda-feira, 14 de maio de 2012

Inflação (novamente) acima da expectativa


                                         (Imagem: divulgação)

O dilema crescimento versus inflação não abrange somente os países da zona do euro. No Brasil, após um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Estatística, que diz que a taxa de inflação deve superar a meta de 4,5% até o fim do ano, preocupa alguns analistas, que propõem uma contenção do crescimento para evitar problemas maiores.
Segundo o Instituto, houve uma alta de 0,64% na inflação, registrada no mês de abril. Esse é o maior índice desde o mesmo período de 2011. Entre as causas, os analistas do Instituto culpam a alta de 15% no preço do cigarro, assim como uma elevação significativa nos custos com a saúde.
As previsões pouco otimistas alertam para um quadro mais preocupante em 2013, quando a taxa de inflação pode ultrapassar a marca dos 5,5%, agravada por estímulos monetários adotados ao longo deste ano e, também a queda significativa do real frente ao dólar.
De acordo com a Unidade de Inteligência Econômica (EIU), do The Economist Group, a inflação no Brasil está vulnerável a uma série de fatores, tais como o reajuste do salário mínimo previsto para este ano e possíveis variações no custo dos combustíveis e produtos agrícolas. Analisando o cenário atual, a EUI acredita que a inflação média para este ano será de 5,3%.
Em contrapartida, alguns economistas acreditam que as medidas do governo para conter a inflação podem ser eficazes. Isso não garante os 4,5% esperados, mas pode manter a taxa em meados de 4,8%. Ainda assim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, que é o indicador oficial de inflação, continua apontando para uma taxa de 5,06% até o final do ano.
Embora haja divergências de opinião entre analistas, ao que tudo indica, a meta de inflação não será atingida neste ano, assim como a Taxa Selic, utilizada como mediador de taxas, deve voltar aos dois dígitos em 2013.