segunda-feira, 30 de abril de 2012

Livros impressos x digitais


 (Imagem: divulgação)


Toda vez que uma nova tecnologia chega ao mercado surgem rumores sobre substituições. É fato que no caso dos livros, os chamados E-books ganharam um amplo espaço no mercado desde que surgiram. Porém, isso pode não significar uma sentença de morte para as publicações impressas.
Segundo uma pesquisa do Instituto Pró-Livro, os impressos ainda dominam o mercado no Brasil. Do total de 88 milhões de leitores do país, apenas 5% utilizam recursos digitais.
Os tablets configuram maior facilidade para transporte e armazenamento. Para estudantes de cursos como medicina, por exemplo, a tecnologia pode ser aliada, inclusive, da saúde. Já que muitos estudantes se queixam do excesso de peso que precisam transportar, devido aos imensos livros que carregam.
Alguns especialistas acreditam que esta permanência do livro impresso está relacionada à relação que os seres humanos têm com o papel. Artifício inserido na sociedade desde civilizações muito antigas. Isso pode configurar um laço afetivo difícil de ser quebrado.
É importante lembrar que quando a televisão surgiu, em meados da década de 1930, muitos diziam que aquele seria o fim do rádio. Mas com o passar dos anos, os dois equipamentos evoluíram, se tornando, de certa forma, indispensáveis nos lares contemporâneos.
O mesmo ocorreu quando a internet surgiu. Muitos acreditaram que seria o fim do jornal impresso, já que as informações trocadas online superariam amplamente a velocidade de um veículo impresso.
Considerando que a tecnologia vem aos poucos se concentrando em determinados aparelhos, como ocorre com os smartphones e tables, é possível que os livros impressos reduzam, ou até mesmo sumam de circulação, mas isso seria a longo prazo. Ao menos é o que se pode deduzir a partir do caso da televisão e do rádio, assim como pela pesquisa do Instituto.
Os pesquisadores do Pró-Livro constataram ainda que 94% dos leitores que testaram o E-book se declaram satisfeitos, porém, 40% se dizem pouco satisfeitos, enquanto 6% não gostaram da experiência. Esses números podem ser um indício de que os livros impressos devem ser substituídos, mas não imediatamente. Será preciso que a tecnologia avance um pouco mais para, de fato, agradar a maior parte dos leitores. Até lá, os impressos continuam nas lojas.
Uma opção para prolongar o uso dos livros, pode ser a melhora nos recursos de impressão, assim como ações promocionais que incentivem a aquisição de livros impressos. Em suma, uma medida que agregue valor aos livros. O fato, é que muitas gráficas precisarão repensar sua posição no mercado daqui para frente e, por dez ou quinze anos, estas empresas serão salvas por detalhes técnicos.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O Retorno do Cranberries


 
 (Imagem: capa do novo disco/divulgação)


“Tomorrow could be too late”, ou “amanhã pode ser muito tarde”, é o que diz o refrão de uma das principais faixas do CD Roses, novo álbum do Cranberries. Num momento onde a sociedade exige imediatismo e polivalência, este refrão, embora pareça, não fala de pressa, mas de viver o hoje intensamente.
Após um hiato de dez anos, a banda Irlandesa traz a mesma sonoridade que a consagrou, num disco alegre e otimista. Não se trata de mais do mesmo, mas de uma prova de que novidade não está necessariamente associando ao diferente, mas à criatividade.
A bateria sempre em destaque de Fergal Lawler, a voz suave da vocalista Dolores Burton, somados à criatividade do baixo de Michael Hogan e dos solos bem colocados de Noel Hogan, trouxe novamente aos palcos uma das melhores bandas dos anos 90. Talvez, Cranberries sejam os melhores representantes do pop rock dessa época, já que nunca se prenderam ao modismo, lançando canções que se tornaram hinos da juventude de sua época, como os clássicos Linger e Zombie.
O disco Roses teve lançamento mundial no dia 27 de fevereiro deste ano. O álbum conta com onze faixas, sendo que a faixa título, curiosamente, é a última do disco. A recomendação é para as faixas Tomorrow, de letra e melodia impecáveis, Losing my mind, Show me e Roses.
A faixa cinco, Loosing my mind começa nostálgica, com instrumental em clima de expectativa. A batida se desenvolve no refrão que ganha aquele aspecto flutuante, típico da banda. Já a faixa dois, Tomorrow, citada no primeiro parágrafo é mais intimista, mesmo sendo a música de trabalho do disco. A letra que fala sobre a superfluidade de certos planos e anseios para o futuro que as pessoas criam quando iniciam uma relação. Entre outras frases, a canção fala sobre a importância das pessoas acreditarem umas nas outras numa relação, em vez de se tornarem prisioneiras dos próprios anseios.
Cranberries surgiu em 1989, quando os irmãos Noel e Michael Hogan colocaram em prática o projeto de uma banda de rock. Logo eles convidaram Fergal e Dolores, que por sua vez, compôs a música Linger. A canção se tornou uma das mais executadas da época e a voz marcante de Dolores virou elemento fundamental na banda.
Em 2001, a banda lançou um álbum intitulado Wake up and smell the coffee (Pode ser compreendido como Acorde e sinta o cheiro do café). O álbum teve ótima vendagem, mas em 2003 a banda anunciou que tirariam férias por tempo indefinido. Nesse meio tempo Cranberries chegou a se reunir para uma turnê, que passou por algumas cidades do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo e Recife.
Neste ano, a banda iniciou um roteiro de shows do novo álbum. A turnê passou por Nova Zelândia, Austrália, Ásia e, neste mês, deve fazer cerca de doze shows na América do Norte, mas, infelizmente, Roses não deve passar pelo Brasil.